
Professor Francisco de Assis, coordenador do CEPAS, é um dos palestrantes no evento realizado pelo Comando da 10ª Região Militar do Exército e do Banco do Nordeste
Entre os dias 01 e 02 de agosto, foi realizado o I Seminário de Estudos Estratégicos da 10ª Região Militar, reunindo especialistas e profissionais de diversas instituições públicas e privadas para discutir sobre o tema “Seca no Nordeste: soluções hídricas e desafios estratégicos”. O professor Francisco de Assis de Souza Filho, Cientista Chefe de Recursos Hídricos do Estado do Ceará e diretor do Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Água e Secas (CEPAS), é um dos palestrantes do encontro, que acontece no auditório do Centro Administrativo do Banco do Nordeste, sede Passaré.
A gestão e o planejamento proativo de secas, ações desenvolvidas em projetos do CEPAS, vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC), foram destaques na apresentação. Para ele, o evento iniciou discutindo pautas importantes para se pensar a seca no Nordeste, incluindo a perspectiva de uma visão estratégica, a participação pública e a rede de colaboração. “Se o planejamento é estratégico, a gente tem que ter também um planejamento operacional, tático”, explica ao dimensionar as abordagens referentes ao Plano Proativo de secas, que prevê ações técnicas e econômicas projetadas com antecedências ao evento da seca.
Ao longo de sua fala, o professor destacou tópicos importantes, propondo uma avaliação das questões relacionadas à estiagem na região. Além dos impactos históricos, problemas sistêmicos e resiliência social, foram abordadas as causas e as consequências da variabilidade e das mudanças climáticas na ocorrência das secas, assim como as estratégias de adaptação dos recursos hídricos.
Ao falar sobre a Alocação de Água e Gestão de Conflitos, Francisco de Assis de Souza Filho explica que gerenciar água é gerenciar conflitos. “Existem conflitos associados à questão de recursos hídricos. Lidar com esses conflitos do ponto de vista institucional e construir mecanismos para transformar conflitos em colaboração são caminhos importantes que a Lei 9.433, de 97, tentou construir”, reforça. De acordo com o professor, a Alocação Negociada de Água desempenhou um papel crucial na redução dos conflitos sociais ao promover um aumento na participação pública e uma gestão colaborativa.
O Seminário prevê a construção de parcerias de longo prazo entre atores públicos e privados, academia e setor produtivo, no âmbito do Ceará e do Piauí, que promovam a integração de esforços, a inovação, o planejamento estratégico, a geração de consciência situacional e o fortalecimento de iniciativas conjuntas capazes de contribuir para o enfrentamento da seca no semiárido nordestino.
O objetivo é estimular e apoiar iniciativas de pesquisas, conduzidas por instituições sediadas no Ceará e Piauí, sobre temas que apresentem soluções hídricas para a seca na região Nordeste, no contexto do século XXI. Além de cooperar para o desenvolvimento e a difusão de pesquisas e estudos sobre a problemática histórica da seca no semiárido nordestino, além do acompanhamento da conjuntura e a atualização de cenários em nível estratégico.
