Projeto ALOCAR dá continuidade às atividades de alocação negociada de água no Ceará

Grupos focais são realizados nas gerências regionais da COGERH Grupo Focal da Gerência Regional da Bacia do Salgado O projeto ALOCAR avançou em mais uma etapa de sua metodologia: os grupos focais. Iniciadas no dia 31 de março deste ano, essas reuniões objetivam refletir sobre a alocação negociada de água para proposição de uma estratégia geral para a alocação negociada de água, com o intuito de mapear campos semânticos, estratégias discursivas e outras narrativas, bem como subsidiar a normatização desse processo. A técnica de grupo focal pauta-se na escuta ativa e participativa dos técnicos de cada Gerência Regional da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH), que a partir de um roteiro semiestruturado relatam suas experiências.  Os grupos focais são realizados pela equipe do Programa Cientista Chefe: Recursos Hídricos (UFC/FUNCAP) em parceria com a COGERH, a partir da articulação da Gerência de Gestão Participativa (GEPAR). A professora e pesquisadora de planejamento e gestão dos recursos hídricos, Sandra Aquino (UECE), apresenta a dinâmica a ser trabalhada nas reuniões e faz a mediação das discussões do grupo focal.  Grupo Focal da Gerência Regional das Bacias Metropolitanas Ao total, serão 10 encontros referentes às 10 gerências regionais. Até o momento, já foram realizados 05 grupos focais: Sobre as discussões O objetivo central dos grupos focais do Projeto ALOCAR é refletir sobre a alocação negociada de forma participativa, alinhar procedimentos e criar bases normativas para a alocação negociada de água, promovendo maior inclusão e legitimidade nas decisões coletivas, com vistas a garantir a sua sustentabilidade como prática social. Grupo Focal da Gerência Regional da Bacia do Curu Aspectos metodológicos Os grupos focais são do tipo autorreferente (reflexão sobre as experiências e proposição coletiva de perspectivas futuras) e têm como público os(as) técnicos(as) dos núcleos operacional e de gestão das Gerências Regionais da COGERH, que atuam em todas as etapas da alocação. Os encontros seguem a dinâmica a seguir. Grupo Focal da Gerência Regional da Bacia do Alto Jaguaribe 6. Registro individual e encerramento Grupo Focal da Gerência Regional da Bacia do Litoral Saiba mais O Projeto ALOCAR é desenvolvido no âmbito do Programa Cientista Chefe: Recursos Hídricos da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (@funcapce). Realizado em parceria com a COGERH (@cogerh) e com apoio do Centro Estratégico de Excelência em Política de Águas e Secas (@cepasufc), a iniciativa busca mapear desafios, conflitos e oportunidades na gestão hídrica, contribuindo para uma alocação mais eficiente e sustentável dos recursos hídricos no estado.

Professor Assis Filho é promovido a Professor Titular da Universidade Federal Do Ceará

Titulação recebida é considerada o topo da carreira acadêmica Na última terça-feira (20/05), a comunidade científica cearense celebrou a promoção do professor Francisco de Assis de Souza Filho a Professor Titular da Universidade Federal do Ceará (UFC). A cerimônia de apresentação do Memorial Acadêmico de Assis Filho, intitulada “Jornada em Rios Turbulentos: Ciência, Tecnologia, Inovação, Ensino e Gestão dos Recursos Hídricos”, foi realizada no auditório do Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Águas e Secas (CEPAS/UFC). O momento reuniu familiares, amigos, professores, orientandos e parceiros de longa caminhada profissional e acadêmica. Composta pelos professores doutores Antônio Miranda (UFC), Nilo Nascimento (Universidade Federal de Minas Gerais) e Mônica Porto (Universidade de São Paulo – USP), a banca avaliadora comentou sobre sua trajetória na universidade. “Foi com imensa e orgulhosa satisfação que assistimos ao prof. Francisco Assis apresentar seu memorial de titulação”, conclui sua colega de trabalho e presidente da cerimônia, Profa. Dra. Ticiana Studart (UFC). O momento também foi marcado por elogios de parceiros acadêmicos ao trabalho do Cientista Chefe de Recursos Hídricos do Ceará. “Absolutamente, dispensa perguntas. Você é o professor titular mais preparado para receber esse título”, declara a docente da USP. O poeta das águas Para além da linguagem e conhecimento científicos, Assis Filho é poeta nas horas vagas. O mais recente Professor Titular da UFC diz fazer “da água, poesia”. Por essa razão, o cordel “A cátedra e o sertão: o mestre Assis em cordel” foi escrito em sua homenagem pela médica Paola Tôrres e recitado pela professora Bernadete Porto. Os versos relembram o alinhamento entre o lado pessoal e profissional do cientista, que desde cedo possuía ligação com os rios. O poeta das águas também foi aplaudido de pé pela plateia após recitar um poema de sua autoria, refletindo sua carreira e relação com os rios que permearam sua vida.  Saiba mais O prof. Assis Filho (@assissouza) é cientista-chefe de Recursos Hídricos da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (@funcapce), diretor do CEPAS-UFC (@cepasufc) e coordenador do Laboratório de Gerenciamento do Risco Climático para a Sustentabilidade Hídrica (@labgrc). Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará (1990), possui mestrado em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (1995) e doutorado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (2006). No fim dos anos 1980 e início da década de 1990 Assis foi presidente do DCE/UFC.

Águas urbanas: professores e cientistas discutem estratégias de gerenciamento de reservatórios urbanos

Experiências em diferentes regiões do Brasil agregam ao debate em busca de soluções viáveis Na última quarta-feira (21/05), aconteceu a “Mesa Redonda: Águas Urbanas” no auditório da Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará (POSDEHA-UFC). O objetivo do encontro foi discutir estratégias de planejamento e soluções práticas, para a gestão integrada e colaborativa de reservatórios hídricos urbanos. Foram abordadas questões de normatização e problemáticas socioculturais inerentes à temática. O evento foi presidido pela Profa. Dra. Ticiana Studart, docente do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da UFC. A participação do Prof. Dr. Nilo de Oliveira Nascimento (Universidade Federal de Minas Gerais) evidenciou-se pela palestra sobre a Norma de Referência de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas (ANA – NR 12/2025). Além disso, também contribuíram no debate os professores doutores Mônica Porto (Universidade de São Paulo), Carlos Galvão (Universidade Federal de Campina Grande) e Assis Filho (Cientista Chefe de Recursos Hídricos do Ceará). Encerrando a manhã de troca de conhecimentos, os professores Samiria Oliveira (UFC) e Iran Lima (UFC) apresentaram as propostas voltadas à gestão das águas urbanas da Bacia do Açude Santo Anastácio (ASA). Atualmente, existe um grupo de trabalho específico para estudos de gestão da qualidade ambiental do ASA, que tem ligação com 6 bairros da capital cearense. São eles: Padre Andrade, Presidente Kennedy, Parquelândia, Amadeu Furtado, Bela Vista e Pici. Contando com a presença do público interessado, o momento possibilitou diálogos e possibilidades de caminhos para uma drenagem urbana mais eficiente, sustentável e integrada. 

Você sabia? A Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA faz parte do Programa Cientista Chefe

O mesmo é uma iniciativa da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) que busca aproximar as universidades e a pesquisa científica da gestão pública no Ceará. Por meio desse programa, são desenvolvidas estratégias de inovação voltadas para diversas políticas públicas, como a de recursos hídricos. A área de Recursos Hídricos é coordenada pelo professor Francisco de Assis de Souza Filho, Diretor do Centro Estratégico de Excelência em Política de Águas e Secas (CEPAS/UFC), responsável por um conjunto de projetos, estudos e ações em andamento, entre os quais os Planos de Gestão Proativa de Seca. Esses planos propõem uma mudança no modelo reativo tradicional das políticas de água diante da seca, antecipando decisões e medidas a partir da definição de gatilhos e estratégias antes que os efeitos da seca se façam sentir nos territórios. Os planos são elaborados para diferentes escalas e finalidades, abrangendo hidrossistemas, regiões hidrográficas, vales perenizados e áreas urbanas. No caso dos planos voltados aos hidrossistemas, foi formada uma rede de pesquisadores (as) envolvendo instituições como UVA, UFCA, UNILAB, IFCE (campi Limoeiro do Norte e Quixadá) e UFC Crateús. A coordenação dessas equipes interdisciplinares está a cargo da professora Daniele Costa da Silva, do curso de Ciências Sociais da UVA, que participa da iniciativa desde 2022. Ela lidera o grupo de estudos e pesquisas sobre águas, políticas e conflitos no Semiárido Nordestino (Nascentes). Também integra o grupo a Professora Marina Leitão Mesquita, do mesmo curso, que coordena a equipe local da UVA nos planos de hidrossistema. Até o momento, foram elaborados 14 planos para hidrossistemas e outros 7 estão em fase de desenvolvimento. A metodologia adotada, concebida pelo Cientista Chefe, é baseada na participação social e na construção colaborativa, com destaque para o envolvimento dos colegiados da política de recursos hídricos, como Comissões Gestoras e Comitês de Bacia, e das instituições gestoras dessa política, como Cogerh e Funceme. Originalmente em: https://www.uva.ce.gov.br/2025/05/19/voce-sabia-a-universidade-estadual-vale-do-acarau-uva-faz-parte-do-programa-cientista-chefe/

Comissões Gestoras iniciam novos Planos de Gestão Proativa de Secas nos Hidrossistemas Castro e Pesqueiro

Reunião da Comissão Gestora do Açude Castro, em Itapiúna As Comissões Gestoras dos Açudes Castro e Pesqueiro iniciaram a construção dos Planos de Gestão Proativa de Secas dos hidrossistemas. Os primeiros encontros foram realizados nos municípios de Itapiúna e Capistrano, que integram a Região Hidrográfica das Bacias Metropolitanas. Os trabalhos tiveram início com reuniões nos dias 14 e 15 de maio passado.Os eventos permitiram a apresentação da metodologia a ser aplicada e o cronograma das atividades a ser seguido em cada local. Com apoio da equipe técnica da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), as reuniões foram conduzidas por Marcelo Cavalcanti, Luiz Júnior e Alexandre Cunha, professores da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e integrantes da Rede Estadual de Política de Águas e Secas (REGAS), vinculada ao Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Águas e Secas da Universidade Federal do Ceará (CEPAS/UFC). Marcelo Cavalcanti conduz reunião da Comissão Gestora do Açude Castro, em Itapiúna As comunidades locais marcaram presença por meio de depoimentos sobre as memórias da seca e os impactos sofridos no período. Também foram aplicados questionários ao final, para subsidiar os respectivos diagnósticos. O diálogo buscou identificar os principais desafios enfrentados hoje e quais soluções práticas podem ser executadas. Para além do fenômeno hídrico, a seca traz consequências socioculturais. A partir de uma sondagem feita com a população, o sociólogo Marcelo Cavalcanti verificou que o impacto entre 2012 e 2017 foi intenso no quesito restrição de água. “Hoje em dia, percebe-se que isso é uma vulnerabilidade em que algumas pessoas conseguem ter um manejo melhor da água, fazendo uso de recursos individuais, particulares”, diz ele, que é pesquisador de políticas públicas e culturais da Unilab. Reunião da Comissão Gestora do Açude Pesqueiro, em Capistrano Segundo Cavalcanti, os encontros servem para levantamento de questões e dados primários. As pessoas mais antigas relatam suas memórias em períodos de seca e, assim, a reflexão sobre os impactos gerados surge. O professor explica que desde a percepção da comunidade até os conflitos sociais existentes são levados em consideração: “Nada é desperdiçado”, conclui. As respostas coletadas serão analisadas e integradas ao processo de construção colaborativa dos planos. O objetivo é aprimorar as ações de gestão e resposta às secas, considerando as especificidades de cada região e a realidade das comunidades afetadas. A apresentação dos diagnósticos está prevista para o mês de junho, além de haver a validação e a execução da dinâmica “Seca em Jogo” – um recurso metodológico que simula a gestão coletiva de um reservatório de uso comum. PLANOS DE SECA Os Planos de Gestão Proativa de Secas são uma das ações do Programa Cientista Chefe: Recursos Hídricos — uma iniciativa da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), em parceria com a Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará (SRH). A realização do projeto é mediada por cooperação técnico-científica entre a Cogerh — vinculada à SRH — e a UFC, com participação da Funceme.  Além dos planos dos hidrossistemas Castro e Pesqueiro, estão em elaboração os planos dos hidrossistemas Benguê (Região Hidrográfica do Alto Jaguaribe), Pedras Brancas (Região Hidrográfica do Banabuiú), Forquilha (Região Hidrográfica do Acaraú), Cachoeira (Região Hidrográfica do Salgado) e Santo Antônio de Russas (Região Hidrográfica do Baixo Jaguaribe). Fontes: http://www.cbhrmf.com.br/noticias/iniciada-construcao-do-plano-de-secas-do-acude-castro-em-itapiuna/  http://www.cbhrmf.com.br/noticias/comissao-gestora-do-acude-pesqueiro-inicia-discussoes-para-a-elaboracao-do-plano-de-secas-da-regiao/

Açude Santo Anastácio é objeto de estudos em parceria com o Governo Municipal e a Cagece

Ciência e governança se aliam em busca de soluções práticas e sustentáveis para o importante manancial No mês de abril, representantes do Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Águas e Secas (CEPAS/UFC), da Secretaria de Meio Ambiente (SMA/UFC), da Secretaria Municipal da Conservação e Serviços Públicos (SCSP – Prefeitura de Fortaleza) e da Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece) se reuniram para discutir a gestão integrada das águas do Açude Santo Anastácio (ASA). Esse encontro tem por objetivo a construção de soluções sustentáveis para o uso e a preservação do manancial em questão. A articulação entre Universidade, Governo Municipal e Cagece foi marcada por diálogo sobre técnica, planejamento e construção colaborativa de soluções. A bacia do Açude Santo Anastácio tem sido submetida a efeitos das ações humanas. Ocupação desordenada, uso inadequado do solo, lançamento de resíduos sólidos e efluentes sem qualquer tratamento prévio são alguns dos impactos sofridos pelo manancial. O grupo de trabalho (GT) se reuniu pela segunda vez, visando melhorar a gestão das águas urbanas e o saneamento da bacia.  Localizado próximo à entrada da avenida Humberto Monte, o ASA é o cartão-postal do Campus do Pici (UFC). Ele é alimentado por um canal de drenagem de 2,5 km de extensão, cuja área de captação totaliza cerca de 4 km² e tem origem na Lagoa da Parangaba, que apresenta altos níveis de poluição. A superfície da lagoa está, em grande parte, coberta por macrófitas (aguapés), indicativo de seu estado de degradação ambiental. Parceria entre ciência e governança Alinhando parceria entre o CEPAS/UFC e a Secretaria de Meio Ambiente da Universidade Federal do Ceará (SMA/UFC), originou-se o Grupo de Trabalho do Açude Santo Anastácio (GT-ASA). A iniciativa busca fortalecer a cooperação entre a UFC, a Prefeitura de Fortaleza e a CAGECE. Também tem por objetivo ampliar a eficácia das ações voltadas à melhoria da qualidade ambiental e do saneamento básico na área do reservatório. Com a participação ativa dessas instituições, o GT-ASA aposta na articulação conjunta como caminho para tornar mais eficientes as medidas propostas. Segundo a pesquisadora Samíria Oliveira, professora do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da UFC, o planejamento integrado permite alinhar estratégias, evitar sobreposições de esforços e potencializar os resultados. Ela acrescenta que, desse modo, a equipe contribui de forma concreta para a solução dos principais desafios ambientais da região. Nos dois encontros, foram discutidas a importância da iniciativa e questões relacionadas ao saneamento básico a montante do Açude Santo Anastácio — com destaque para os desafios envolvendo o esgotamento sanitário e a limpeza urbana. Também foram debatidas ações em curso e outras em fase de planejamento. Segundo a professora do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da UFC, essas etapas possuem potencial impacto na gestão das águas do reservatório. Condições do Açude Santo Anastácio Embora uma parte da população a montante do Açude Santo Anastácio (ASA) possua rede de esgoto, outra grande parcela das residências não está conectada ao sistema. Isso colabora para o despejo de esgoto em fossas sépticas ou diretamente a céu aberto. Esse tipo de unidade é considerado tratamento primário de esgoto doméstico, trabalhando com a retenção dos resíduos sólidos e a filtração da parte líquida. As águas do Açude Santo Anastácio já vinham tomadas de águapés nos últimos meses. Em outubro do ano passado, uma ação de limpeza foi promovida pela parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente da Universidade Federal do Ceará (SMA-UFC) e a Prefeitura Municipal de Fortaleza. Na época, foi coletado um montante correspondente a 50 caminhões-caçamba de macrófitas aquáticas e outros resíduos da área. Esse tipo de planta sobrevive a condições extremas e se reproduz mais intensamente em ambientes eutrofizados, sinalizando o estado atual do local. foto: Guilherme Silva/UFC Informa

Livro sobre Economia Política das Águas no Ceará;  alocação, conflitos e participação social é lançado com debate sobre o processo de alocação negociada de água

A obra é fruto de uma experiência coletiva de pesquisadores e técnicos  das searas de conhecimento da engenharia  e ciências sociais  No último dia 06 de maio, ocorreu o lançamento do livro “Economia Política das Águas no Ceará: alocação, conflitos, participação”, no auditório da Reitoria da Universidade Federal do Ceará. A obra é resultado do projeto ALOCAR: Gerenciamento de risco, alocação e operação do sistema de recursos hídricos, uma iniciativa desenvolvida no âmbito do Programa Cientista Chefe: Recursos Hídricos, com financiamento da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) e parceria da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (COGERH). A publicação da obra também integra uma iniciativa do Colégio de Estudos Avançados (CEA-UFC), voltado à produção de conhecimento transdisciplinar, e do Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Águas e Secas (CEPAS-UFC). Este último é referência em inovação e sustentabilidade hídrica e gerencia diferentes projetos para servirem de base à gestão pública dos recursos hídricos no Estado.  Com uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar, o livro reúne contribuições de autores das áreas de engenharia (hidrologia) e ciências sociais (sociologia, ciência política e antropologia). O objetivo é refletir sobre os desafios e os caminhos para uma gestão mais equitativa da água no semiárido cearense. O lançamento contou com a presença dos organizadores da obra, autores, pesquisadores e público interessado no tema.  O professor Assis Filho, Cientista Chefe de Recursos Hídricos do Ceará e um dos pesquisadores envolvidos, esclarece sobre a aglutinação dos diferentes saberes na obra: “As questões sociais mais relevantes não são questões setoriais, não são questões de uma única disciplina; elas precisam de uma abordagem transdisciplinar.” Sobre o produto final, o especialista pontua que “foi produzido um conhecimento prático, que influencia uma política única de extrema relevância no Ceará, que é a política de águas.” O professor Jawdat Abu-El-Haj, pesquisador de políticas públicas, aborda sobre seu interesse e desenvolvimento na pesquisa. “Eu queria entender, de fato, como nasceu o modelo do Ceará e como ele se diferenciou do modelo nacional. Então, o meu trabalho, basicamente, analisa a evolução histórica, os principais atores políticos e gerenciais que estruturaram o modelo do Ceará, que é um modelo peculiar no cenário político e institucional brasileiro”. Para o professor César Barreira, “a água é um bem preciosíssimo e super importante para o Estado do Ceará”. Ele destacou a amenização das consequências da seca mediante os trabalhos produzidos em função da política de recursos hídricos. “Nesse problema, a política de recursos hídricos já deu um novo formato a esse impacto. Então, é interessante, porque esse livro abre essas possibilidades para nós.” Como parte da divulgação, o CEA lançou o primeiro episódio do podcast PodCEA, com entrevistas exclusivas com os organizadores e autores do livro (confira em: https://www.youtube.com/watch?v=YjcEBKirW_c). A professora Irlys Barreira fala sobre o processo de alinhamento das ideias, que partem de duas searas do conhecimento no mesmo contexto. “Lidou com a diferenciação, lidou com o material humano, lidou com a ideia de opção, você tem a noção de conflito, cultura e valores. Então o objeto é simultaneamente hídrico e sociológico”. A pesquisadora Sandra Aquino destacou que o trabalho de campo sobre a execução da pesquisa também foi realizado no período da pandemia da COVID-19 (2020-2023), o que afetou as atividades de campo. Demandando adaptação de diferentes técnicas e formatos, as atividades puderam se reinventar para dar continuidade ao projeto. “A água dilui fronteiras entre saberes e este livro é resultado dessa conexão. Ao final, conseguimos organizar o livro a partir das reflexões que diferentes profissionais fizeram no âmbito do projeto ALOCAR, que permanece, que continua.” A obra estará disponível em formato digital nos sites das instituições envolvidas.

PROGRAMA CIENTISTA CHEFE: RECURSOS HÍDRICOS APRESENTA RESULTADOS INICIAIS DO PLANO DE ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Em fase primária, a pesquisa já gerou dados significativos e busca orientar a gestão hídrica no estado do Ceará Na última quarta-feira (23), o Programa Cientista Chefe: Recursos Hídricos apresentou um novo projeto de sustentabilidade hídrica, com apoio do Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Águas e Secas (CEPAS). A reunião ocorreu no campus do Pici da Universidade Federal do Ceará e reuniu representantes das principais instituições atuantes em políticas hídricas no estado cearense. Mediante um ciclo de apresentações, o momento foi marcado por discussões e troca de conhecimentos acerca da temática de relevância global. Intitulado como “Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas do Ceará – Recursos Hídricos”, a pesquisa agrupa nesta etapa profissionais de Engenharia, Ciências Biológicas, Física e Hidrologia. É uma iniciativa desenvolvida no âmbito do Programa Cientista Chefe: Recursos Hídricos da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), em parceria com o Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Águas e Secas (CEPAS) da Universidade Federal do Ceará (UFC), a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) e a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH).  Na ocasião, sua primeira etapa – Resultados Iniciais – foi exposta, favorecendo a discussão sobre as possíveis melhorias e os passos futuros do plano. O projeto visa enfrentar os desafios na gestão de recursos hídricos, diante do cenário de incerteza climática futura. Voltada para o estado do Ceará, a metodologia do plano inclui estratégias adaptativas para amenizar os impactos sofridos pelas mudanças climáticas.  METODOLOGIA COM BASE DE DADOS Identificar desafios climáticos, avaliar impacto regional, desenvolver e implementar estratégias de adaptação, monitorar e avaliar. Esse é o panorama geral do plano que reúne orientações de como prosseguir na gestão dos recursos hídricos, frente à incerteza das mudanças climáticas globais.  Uma das etapas primárias do Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas do Ceará foi a identificação de temáticas relevantes abordadas em documentos nacionais e internacionais. A existência e análise de planos setoriais – ou seja, com enfoque nos recursos hídricos – é essencial para o desenvolvimento de novos planos. Ressalta-se que é preciso compreendê-los dentro de um contexto maior, lembrando que se trata de uma problemática global. Foram encontrados 82 documentos de adaptação pelo mundo para apoio à pesquisa, além de 9 documentos de adaptação voltados especificamente para recursos hídricos. Dentre as palavras-chaves encontradas estão: mudanças climáticas, adaptação nacional e plano de adaptação. A FÍSICA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: ESTUDOS E PREVISÕES As mudanças climáticas globais são impulsionadas principalmente pelas emissões de gases de efeito estufa. Estes estão provocando alterações significativas nos padrões de temperatura em diversas regiões do mundo – incluindo o estado do Ceará. O aquecimento global já apresenta sinais claros de aceleração, com aumento de eventos extremos como secas prolongadas e chuvas intensas em curtos períodos.  O professor Alexandre Araújo Costa (UECE) dirigiu os estudos de Física desses fenômenos no contexto do Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas. Foi identificado o desequilíbrio no balanço de energia do planeta, por conta dos mecanismos de retroalimentação que amplificam o aquecimento. Alguns exemplos disso são a maior retenção de vapor d’água na atmosfera e a redução das áreas cobertas por gelo.  No Ceará, o semiárido impõe desafios históricos à gestão da água. As projeções climáticas indicam a possibilidade de períodos secos mais prolongados e de maior variabilidade nas chuvas. A pesquisa indica que a intensificação do ciclo hidrológico global pode resultar em maior concentração das precipitações em eventos extremos.  A vulnerabilidade da região é agravada pelas limitações naturais dos seus recursos hídricos e pela crescente pressão das mudanças climáticas. O BIOMA CAATINGA E O RECEIO COM O FUTURO A reunião abordou diferentes áreas do conhecimento em que o Plano de Adaptação se insere. Consequentemente, os impactos negativos são previstos e interpretados pela pesquisa em cada domínio. Um dos principais destaques que pode sofrer intensamente com as mudanças climáticas é também o bioma de exclusividade brasileira: a Caatinga. A apresentação seguiu alertando sobre a mudança do cenário vegetativo com o avançar das mudanças climáticas. A variação de temperatura de maneira progressiva é natural, mas o que se enfrenta atualmente são avanços mais rápidos. A biota (conjunto dos seres vivos) foi seguindo essa variação climática e hoje o que se vivencia são eventos extremos: dias com temperaturas entre 35º e 40ºC – um salto maior do que a média histórica. RESILIÊNCIA HÍDRICA E PROPOSIÇÃO PARA O FUTURO O Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas do Ceará – Recursos Hídricos promete ser um avanço na política futura de gestão das águas. O professor Assis Filho, Cientista Chefe de Recursos Hídricos da UFC, mostra-se confiante com o trabalho já feito e com o que ainda se pretende fazer. “Hoje temos condições de ter diretrizes para isso, de incorporar o que não está no plano”, declara. A professora Carla Beatriz, coordenadora do projeto, explica que o plano é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar. A primeira fase foi construída “por múltiplos conhecedores, diferentes saberes”. Ela adiciona que foram apresentadas as estimativas de vazões dos reservatórios, considerando diversos modelos de mudanças climáticas para os próximos anos.  Sobre o futuro da iniciativa sustentável, a doutora em Engenharia Civil (Recursos Hídricos) expressa a intenção do projeto. “A ideia é munir o Estado para garantir a resiliência hídrica para os próximos anos, considerando os desafios climáticos. Essa é a ideia do plano”, conclui. Nas próximas etapas, serão trabalhadas análises de risco, de vulnerabilidade e proposição das ações de adaptação.

Lançamento do livro Economia Política das Águas no Ceará (alocação, conflitos, participação) – Coleção Olho D´Água

📢 Convidamos você para o lançamento do livro: “Economia Política das Águas no Ceará (alocação, conflitos, participação)”. 🗓 Data: 6 de maio de 2025 (terça-feira) ⏰ Horário: 17h 📍 Local: Auditório da Reitoria – UFC A publicação é resultado de uma experiência coletiva de pesquisa interdisciplinar que reúne contribuições das áreas de Engenharia, Recursos Hídricos e Ciências Sociais, refletindo sobre os desafios da alocação de águas no Ceará e propondo caminhos para uma gestão mais democrática e sustentável. 📚 Participação dos organizadores: César Barreira, Francisco de Assis de Souza Filho, Irlys Alencar Firmo Barreira e Sandra Helena Silva de Aquino. 📖 Sua presença será muito bem-vinda

Brazil pioneers AI-powered Water Resilience Tracker 

The groundbreaking use of artificial intelligence in the Water Resilience Tracker is strengthening water and climate governance. Brazil is at the forefront of a new era in integrating artificial intelligence with climate policy analysis. As a country with both abundant water resources and extreme climate variability, Brazil faces vastly diverse regional water challenges. Addressing these challenges requires water management to be embedded in adaptive, cross-sectoral policies while ensuring it is also deeply integrated within sector-specific approaches. To meet this need, Brazil’s National Water and Basin Sanitation Agency (ANA) is working with the Water Resilience Tracker (WRT), a powerful diagnostic framework designed to identify policy gaps and align water and climate strategies across sectors for maximum impact.   Backed by funding from the United Kingdom’s Foreign, Commonwealth & Development Office (FCDO), the WRT is gaining momentum in Brazil. It is further expanding thanks to regional support from the Inter-American Development Bank (IDB) and the Strategic Center of Excellence in Water and Drought Policies (CEPAS) at the Federal University of Ceará, which will strengthen WRT’s long-term sustainability in the country.   WRT 2.0 in Brazil kicked off on March 26 with a workshop held in Brasilia with ANA, the Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Ministry of Environment and Climate Change) and WRT 2.0 consortium members from the Alliance for Global Water Adaptation (AGWA) and the International Water Management Institute (IWMI). The workshop built on the successes of WRT 1.0 in the country, focusing on how the WRT can be applied in specific contexts, such as in basin management plans, and integrated into a broader range of policy instruments.   WRT’s First Phase  The WRT 1.0 phase, which recently concluded, guided national officials from ANA through 53 questions spanning four critical areas: (1) Water in National Climate Plans, (2) Water in National Planning and Governance, (3) Water-Climate Connections in Specific Sectors and (4) Links to Climate Financing and Project Implementation. The national officials analyzed eight of their general and sectoral plans, determining whether these plans strongly support, partially support, or omit key water-related priorities.  Parsing through hundreds of pages of policy documents across multiple sectors is time-consuming and requires seamless communication between experts. To streamline this process, the consulting team from CEPAS pioneered an innovative dual approach that combines artificial intelligence with human expertise, reducing inefficiencies, speeding up the WRT process and enhancing accuracy in climate policy assessment.   First, the CEPAS team introduced a natural language processing tool that processes vast amounts of policy documents. This was fed into the AI system, which then analyzed the text and provided responses on whether the content contained sufficient evidence to answer key policy questions. In the second stage, this process was tested and checked by analysts, who reviewed the answers generated for their assigned document, correcting and adjusting evidence and classification. This was repeated twice by two different analysts.   The synthesized results identified strengths, gaps and areas for improvement in Brazil’s climate policies across the four key areas. For example, in the Water in National Planning and Governance section, AI flagged gaps in legal and institutional frameworks, highlighting the need for more flexible mechanisms to adapt to evolving climate evidence. The WRT recommended greater inclusion of civil society, businesses and local governments to strengthen policy implementation. In the Links to Climate Financing and Project Implementation section, the analysis revealed no consistent approach to climate-specific funding in Brazil. Based on this finding, the WRT advised improved coordination between financing and project implementation to clearly identify funding needs and available resources.  Moving forward with WRT’s second phase  As the WRT evolves alongside governments, it continues to increase the precision of its analysis, shifting from a broad climate focus to a more detailed, water-specific approach. In Brazil, this means the explicit inclusion of water resilience in national climate plans, including the creation of a sectoral National Adaptation Plan (NAP) for water, expanding to basin-level assessments that provide tailored insights for local policymakers and supporting the revision of basin management plans.  The use of novel AI technology in the implementation of the WRT in Brazil is a result of WRT’s collaboration with the University of Ceará in Fortaleza. “It has been a great learning experience for the WRT team and really exemplifies what we set out to do with the WRT from the start, which has been to support the advancement of water resilience at all levels and facilitate shared learning. To ensure that others can benefit from this innovation, we will be working with our Brazilian colleagues to integrate the use of new technologies into the WRT going forward,” says Ingrid Timboe, deputy executive director and senior policy specialist at AGWA. IWMI, AGWA, Deltares and Arup are WRT’s global implementing partners.   Brazil’s innovations with the WRT are not only strengthening its own policies but also laying the groundwork for other countries to follow. Lessons learned on expanding funding, with groups like IDB and CEPAS, show us additional avenues for leveraging partnerships to maximize impact. As WRT 2.0 implementation begins across numerous other countries, the WRT team will explore ways in which lessons learnt from Brazil’s AI integration trial can be replicated to support the wider adoption of the WRT. This effort will contribute overall to improving water and climate planning instruments and enhancing resilience on a global scale.   Originalmente em: https://www.iwmi.org/blogs/brazil-pioneers-ai-powered-water-resilience-tracker/

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